terça-feira, 20 de maio de 2008

Resultado de pesquisa feita no cochrane

Objetivos
Identificar, encontrar e avaliar todos os estudos que avaliaram os efeitos das vacinas contra o vírus influenza em adultos hígidos. Avaliar a efetividade dessas vacinas na prevenção de casos de gripe (influenza) em adultos hígidos. Estimar a freqüência de efeitos colaterais associados à vacinação contra o vírus influenza em adultos hígidos.
Antecedentes
Atualmente são produzidos no mundo três diferentes tipos de vacina contra o vírus influenza. Nenhum tipo é tradicionalmente dirigido a adultos saudáveis. Apesar da publicação de um grande número de ensaios clínicos, ainda há dúvidas consideráveis sobre a efetividade clínica das vacinas contra o vírus influenza, o que tem um impacto negativo na aceitação e compreensão dessas vacinas.
Estratégia de pesquisa
MEDLINE, por meio da estratégia do Cochrane Acute Respiratory Infections Group. Bibliografia dos artigos encontrados, Cochrane Controlled Trials Register (CCTR) e EMBASE (de 1990 a 1997). Busca manual do periódico Vaccine desde a sua primeira edição até o fim de 1997 (Jefferson and Jefferson, 1996; Jefferson, 1998). Contato por escrito com fabricantes das vacinas e com autores de estudos incluídos na revisão.
Critério de seleção
Quaisquer estudos randomizados ou quase randomizados que compararam vacinas contra o vírus influenza em humanos com placebo, vacinas controles ou nenhuma intervenção, ou que compararam tipos, doses ou esquemas da vacina contra a gripe. Foram consideradas vacinas de vírus vivos, atenuados ou inativos ou suas frações administradas por qualquer via, independentemente da configuração do antígeno. Somente os estudos que avaliaram a proteção para a exposição natural ao vírus influenza em indivíduos hígidos entre 14 e 60 anos (independentemente do status de imunidade contra o vírus influenza) foram considerados.
Recompilação e análise de dados
Tanto os casos de gripe (influenza) caracterizados clinicamente, como os confirmados por sorologia foram considerados desfechos relevantes conforme as definições dos autores. Foram considerados absenteísmo, complicações e hospitalizações, além dos efeitos colaterais. Foram analisados os esquemas de vacinação que envolviam um componente correspondente à vacina recomendada (pela Organização mundial da Saúde ou pelo governo) para o ano do estudo e se eles correspondiam aos subtipos de vírus circulantes.
Resultados principais
As vacinas recomendadas de vírus vivo administradas por aerosol reduziram o número de casos de gripe por vírus influenza do tipo A confirmados sorologicamente em 48% (intervalo de confiança de 95%: de 24% a 64%), enquanto as vacinas recomendadas de vírus inativo administradas via parenteral tiveram uma eficácia vacinal de 68% (intervalo de confiança de 95%: de 49% a 79%). As vacinas foram menos efetivas na redução dos casos clínicos de gripe, com eficácias de 13% e 24% respectivamente para a primeira e última vacinas citadas. O uso da vacina reduziu de modo significante o tempo fora do trabalho, mas apenas em 0,4 dias para cada episódio de gripe (intervalo de confiança de 95%: de 0,1 a 0,8 dias). A análise das vacinas que corresponderam à cepa circulante apresentou maior eficácia, ao passo que a inclusão de todas as outras vacinas reduziu a eficácia.
Conclusões dos revisores
As vacinas contra a gripe são efetivas na redução dos casos de gripe por vírus influenza do tipo A confirmados sorologicamente. Entretanto, não são tão efetivas na redução dos casos clínicos de gripe. O uso das vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde parece aumentar sua efetividade na prática.

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